Fatores Estratégicos no Controle da Doença de Gumboro
Publicado em:
12 Dezembro 2023
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Médico Veterinário Tharley Carvalho Gerente de Produtos da Ceva Saúde Animal |
O primeiro relato da "Doença de Gumboro" foi feito por Albert Cosgrove no início da década de 1960, com base em um caso clínico ocorrido em uma granja localizada na pequena cidade de Gumboro, no estado de Delaware nos EUA. É por esse motivo que muitas pessoas se referem ao Vírus da Doença Infecciosa da Bursa como "Doença de Gumboro"’.
A Doença de Gumboro ou Doença Infecciosa da Bursa (IBD) é uma enfermidade em aves causada por um Avibirnavírus denominado Vírus de Gumboro ou Vírus da Doença Infecciosa da Bursa (IBDV). Os sinais clínicos diferem, mas em todos os casos causam enormes danos.
O vírus de Gumboro ingressa nas aves pela via oral e em algumas horas é identificado nos macrófagos e nas células linfóides do trato digestivo, inclusive no ceco, duodeno, jejuno e fígado. Logo em seguida, ele entra na primeira fase de viremia que lhe permite chegar até o órgão-alvo, que é a bursa de Fabricius onde ocorre a replicação.
Essa replicação é responsável por diversas alterações morfológicas do órgão, que corresponde a inúmeras lesões microscópicas e macroscópicas bastante variáveis. - Do tipo de vírus de Gumboro que infecta as aves,
- Da virulência desse vírus,
- Do tipo genético das aves,
- De seu status de imunidade ativa e passiva,
- Da idade na data da infecção,
- De infecção concomitante com outros patógenos,
- De alguns fatores ambientais, como a época do ano, a qualidade da raçDão, as condições de bem-estar, etc.
O IBDV é um vírus tão resistente, que sobrevive mesmo após procedimentos de rotina bem feitos de limpeza e desinfecção. Na maioria das vezes, depois de contaminados, os galpões tendem a permanecer contaminados.
O agente causador já está presente na granja, na cama, ou antes de os pintos de um dia serem alojados nos galpões, de forma que a probabilidade de desafio na maioria das granjas é exatamente 100%.
Nessa situação especial, é compreensível que a vacinação tenha como objetivo: tanto proteger as aves como prevenir o desafio de sair do controle, ou seja, "controlar" a Doença de Gumboro.
Garantir a proteção contínua das aves contra infecção pelo IBDV da Granja, desde o alojamento dos pintos de um dia até a saída para o abatedouro ou o galpão de postura ("proteção viral").
Se não for possível essa prevenção, as aves devem então ser no mínimo protegidas contra os efeitos iniciais da infecção ("proteção clínica").
Prevenir ou reduzir significativamente a quantidade de vírus excretado pós-desafio ("proteção contra excreção").
Prevenir o aumento da pressão viral, ciclo após ciclo.
Prevenir a evolução do IBDV da Granja para um vírus capaz de sobreviver ao programa de proteção..png?width=538&height=391&name=image-removebg-preview%20(56).png)
Após a administração, as VPI são catabolizadas ao mesmo tempo que os AcM; e o vírus vacinal é liberado. A proteção da vacina, que corresponde à replicação do vírus vacinal na Bursa, ocorre quando os AcMs atingem um nível que permite a chegada do vírus vacinal na Bursa, antes do lote tornar-se suscetível à infecção.

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VACINA VETORIZADA (RHVT+IBD)
Estas vacinas são produzidas a partir de vírus geneticamente modificados (vetor HVT), cujo genoma contém o gene do vírus de Gumboro, que codifica a proteína VP2 do capsídeo viral.
Ao contrário das vacinas Intermediárias Plus, em que a proteção completa aparece cerca de dois dias após a replicação do vírus, a proteção induzida pelas vacinas rHVT-VP2 vai aumentando aos poucos (depende da produção de anticorpos), levando alguns dias até várias semanas pós-administração.![]() |


ciclo e se evita a probabilidade de surgimento de IBDV variante.
Como a vacinação no incubatório é o único método que garante 100% de cobertura vacinal, então a apresentação dessa vacina deve ser na forma Complexo-Imune.

Ao contrário das vacinas Intermediárias Plus, em que a proteção completa aparece cerca de dois dias após a replicação do vírus, a proteção induzida pelas vacinas rHVT-VP2 vai aumentando aos poucos (depende da produção de anticorpos), levando alguns dias até várias semanas pós-administração.
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