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Fórum Técnico da Ceva discute problemas no abate

Publicado em: 30 Maio 2021

Segunda edição foi realizada nas cidades de Belo Horizonte (MG) e Toledo (PR), no mês de agosto; evento reuniu profissionais da cadeia produtiva, médicos veterinários, gestores e profissionais da área sanitária, abate e qualidade

Com objetivo de fomentar as discussões para a indústria de produção de carne de frango no Brasil, a Ceva Saúde Animal, líder em vacinas aviárias, promoveu a segunda edição do Fórum Técnico de Abate, em duas cidades: Belo Horizonte (MG), no dia 8, e em e Toledo (PR), dia 14 de agosto.

A segunda edição do evento reuniu profissionais da cadeia produtiva de frangos de corte, médicos veterinários, gestores e profissionais da área sanitária, abate e qualidade, com público aproximadamente 170 participantes, nas duas cidades.

O diretor-geral da Ceva, Giankleber Diniz ressaltou a importância de discutir assuntos atuais para o mercado. “Nossos produtos visam proporcionar mais saúde e rendimento dentro do abatedouro, com menor perda por problemas econômicos. Com o lançamento da Cevac IBras, podemos colaborar com o rendimento industrial das empresas, com retornos altíssimos para a solução desse problema, que é exclusivamente brasileiro, e que pode trazer bastante benefícios”, avaliou.

Conforme Diniz, o evento é uma oportunidade de contribuir na discussão assuntos relevantes na área de produção, além de contato com os agentes da cadeia produtiva. “É um orgulho para nós podermos trazer informações novas, atualizadas e de boas práticas dentro do abatedouro, e ao mesmo tempo, demostrar a nossa tecnologia para ajudar grande parte da produção brasileira a ter altos retornos econômicos na produção, desde o campo até o abatedouro”, concluiu.

A seleção dos temas foi organizada pela equipe técnica da Ceva, com assuntos sugeridos pelos próprios profissionais da área, e superou as expectativas de público.

O programa compilou assuntos como mercado e tendências, plantas de abate, doenças infecciosas, programa de autocontrole em abatedouro, rentabilidade no abatedouro e bronquite infecciosa no Brasil.

“Pensamos num fórum, para que o formato permitisse um debate mais aberto, com a contribuição do público para a construção das ideias”, explicou o gerente de Marketing da Ceva, Tharley Carvalho, que ressaltou a qualidade dos temas discutidos e dos profissionais convidados. “Os palestrantes possuem muita vivência prática em importantes empresas no Brasil e exterior, aliada a uma carreira acadêmica riquíssima”, complementou.

 

Mercado e tendências

De olho no mercado nacional e de exportação, o professor, consultor da FSD Consultoria e pesquisador convidado do NUPEA Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz)/ USP Fabrício Delgado discutiu sobre Mercado de Carnes – tendências e exigências – e avaliou o cenário do Brasil a curto e médio prazo. “É um tema importante porque vivemos um momento novo no Brasil, de médio e curto prazo muito bom para o setor, relacionado com a crise sanitária na China e custos de produção adequados, impulsionados por uma boa safra de milho, e com perspectivas importantes a longo prazo, entre elas, a retirada dos antibióticos como promotor de crescimento, e também a possibilidade de termos mais plantas habilitadas para China e Europa. Com relação a retirada de promotores de crescimento a base de antibióticos, eu projeto que o Brasil já tenha 2 bilhões de aves abatidas/ano com esse cenário”, disse Delgado.

Esse movimento, conforme ele, é puxado pelo varejo e food service, que projetam os desejos dos consumidores e tendências: “As empresas estão no processo de remodelação e entendendo que esta é uma situação sem volta”, completou.

Já em relação às exportações, o setor vive uma estabilidade de alojamento pelo quarto ano consecutivo, sem crescimento, refletindo nas exportações pelo fechamento de alguns mercados e diminuição da relação de exportação do Brasil entre os países exportadores. “Ela está num platô e nós estamos com uma tendência de diminuir nosso percentual de exportação perante os demais países do mundo, mas continuamos em primeiro lugar. Este ano, essa curva deve modificar e podemos voltar a crescer e ter uma representatividade maior nas exportações do mundo, no que se refere a frango, principalmente pela China”, projetou.

Para o mercado interno, a análise do professor em relação ao primeiro semestre é positiva, em função dos preços altos da carne bovina e regularização da oferta e demanda. A indústria, conforme ele, passa pela necessidade de se adequar a esse novo patamar. A perspectiva de uma boa safra de milho também é positiva ao setor. “Neste ano, a perspectiva é de uma safra muito boa, com qualidade de grãos e volume, e isso dá impulso grande para as mudanças que são necessárias dentro do setor, porque você tem uma ave imunologicamente melhor, em função de uma melhor nutrição, que está afetando o comportamento animal”, relatou.

Ainda no mercado interno, o consultor destacou a representatividade da avicultura com aumento do número de frigoríficos habilitados para a China, tanto para aves quanto para suínos. “Também vejo como importante o Brasil trabalhar dentro de um rearranjo de mais plantas habilitadas para o mercado europeu, que é um mercado importante e significativo, e é isso que vai manter o crescimento para o setor, até porque, estamos com um nível de elevado de consumo per capita no mercado interno, e isso não deve se transformar ou aumentar de forma significativa para o crescimento de um mercado de aves no Brasil”, constatou.

Delgado explicou que os temas abordados durante o evento são prioritários para uma mudança comportamental nas organizações. “Do campo à mesa, estamos entrando em um nível de excelência alavancados pelas crises que tivemos, como a salmonella e uso indiscriminado de antibióticos”, afirmou.

 

Doenças Infecciosas e Salmonella

O segundo bloco de palestras reuniu dois assuntos importantes na cadeia e destacou a importância da correlação dos setores: doenças infecciosas e controle de salmonella.

Do campo até o abate, a professora e consultora técnica Nelva Grando discutiu os pontos críticos de contaminação por salmonella e cuidados durante o processo de abate. Conforme Nelva, a contaminação é mais vulnerável no campo, onde as aves estão expostas, desde as matrizes, ração, água e pessoas, mas o sucesso no controle do patógeno depende de uma ação integrada. “Sempre se responsabiliza o campo pelos resultados de salmonella, porém, todos os elos da cadeia produtiva têm uma parcela de contribuição para que bons resultados sejam conquistados. O sucesso da prevenção e controle se dá quando todos assumem os pontos críticos de controle e realizam as ações necessárias para reduzir a presença da bactéria”, avaliou. Cuidados como biosseguridade, jejum correto, transporte adequado, equipamentos regulados, preparo e higienização correta do abatedouro são pontos fundamentais destacados pela professora.

Apesar de a legislação ser atendida, com índices dentro dos limites legais, o desafio, aponta ela, é reduzir esse parâmetro. “O percentual para o campo deve ser o mais baixo possível, para que permita o manejo correto, como canalização e outros processos para o abate. É necessário um entendimento de que não é só no campo, mas de toda a cadeia”, complementou. Para isso são necessárias ações como identificar o sorotipo de salmonela, a origem, além de medidas corretivas no abate.

Nesse contexto, o gerente de serviços da Ceva, Jorge Chacón abordou o impacto das doenças infecciosas sobre o nível das condenações no abatedouro originárias na granja (chamadas de condenações sanitárias): sanitárias, manejo, nutricional e genéticos. “As doenças infecciosas são responsáveis por causarem perda de desempenho, mortalidade e lesões macroscópicas que originaram condenações parciais e totais das carcaças. Mostramos como estas perdas podem ser prevenidas através um correto programa vacinal, não apenas na granja de frango de corte, mas desde as granjas de matrizes, para prevenir doenças como reovirose e anemia infecciosa, responsáveis por causarem problemas articulares e de pele”, ressaltou.

Apresentando dados comparativos com mais de 100 milhões de aves imunizadas com vacina Massachusetts ou BR, Chacón comprovou que o controle integral e eficaz da bronquite infecciosa no Brasil precisa da inclusão da cepa BR (Cevac IBras) nos lotes de frango de corte. “As diferenças econômicas dos dois programas vacinais são bem expressivos, o que levam as empresas a terem economias e ganhos adicionais milionários, confirmando que a bronquite infecciosa é a doença de maior impacto econômico da indústria brasileira”, concluiu.

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